quinta-feira, 16 de junho de 2016

VII O CARRO por Eliphas Levi Crowlei e Paul Foster





VII O CARRO - A CHETH - A CRIANÇA DOS PODERES DAS ÁGUAS, O SENHOR DO TRIUNFO DA LUZ
Árvore da Vida: Caminho de Binah à Geburah
Letra hebraica: Cheth (j) - Cerca, RECIPIENTE
Cabala: estar receptivo à vontade divina
Valor: 8
Signo: Câncer
Planeta: Lua
Elemento: Água
Personificação/Personagem Místico: Criança dos Poderes das Águas; Senhor do Triunfo da Luz







Dogmas e Rituais de Alta Magia
VII O CARRO por Eliphas Levi aspectos No volume Dogma
A Espada Flamejante
Netsah - Glaudius
O setenário é o número sagrado em todas as teogonias e em todos os símbolos, porque é composto do ternário e do quaternário. O número sete representa o poder mágico em toda a sua força; é o espírito protegido por tidas as potências elementares; é a alma servida pela natureza; é o sanctum regnum de que falam as Clavículas de Salomão, e que é representado, no Tarô, por um guerreiro coroado, trazendo um triângulo na sua couraça, e de pé, em cima de um cubo, ao qual estão atreladas duas esfinges, uma branca e outra preta, que puxam em sentido contrário e voltam a cabeça, olhando uma à outra. Este guerreiro está armado com uma espada flamejante, e tem, na outra mão, um cetro rematado por um triângulo e uma bola.
O cubo é a pedra filosofal. As esfinges são as duas forças do grande agente, correspondentes a Jakin e Bohas, que são as duas colunas do templo; a couraça é a ciência das coisas divinas, que faz o sábio invulnerável aos golpes humanos; o cetro é a baqueta mágica; a espada flamejante é o sinal da vitória sobre os vícios, que são em número de sete, como as virtudes; as idéias dessas virtudes e desses vícios eram figuradas, pelos antigos, pelos símbolos dos sete planetas então conhecidos.
Assim, a fé, esta aspiração ao infinito, esta nobre confiança em si mesmo, sustentada pela crença em todas as virtudes, a fé, que, nas naturezas fracas, pode degenerar em orgulho, era representada pelo Sol; a esperança, inimiga da avareza, pela Lua; caridade, oposta à luxúria, por Vênus, a brilhante estrela da manhã e da tarde; a força, superior à cólera, por Marte; a prudência, oposta à preguiça, por Mercúrio; a temperança, oposta à gula, por Saturno, a quem se dá uma pedra para comer ao invés de seus filhos; e a justiça, enfim, oposta à inveja, por Júpiter, vencedor dos Titãs. Tais são os símbolos
que a astrologia tira do culto helênico. Na Cabala dos Hebreus, o Sol representa o anjo de luz; a Lua, o anjo das aspirações e dos sonhos; Marte, o anjo exterminador; Vênus, o anjo dos amores; Mercúrio, o anjo civilizador; Júpiter, o anjo do poder; Saturno, o anjo das solidões. Chamam-nos também: Mikael, Gabriel, Samael, Anael, Rafael, Zacariel e Orifiel. Estas potências dominadoras das almas partilham a vida humana por períodos, que os astrólogos mediam sobre as revoluções dos planetas correspondentes.
Porém, não se deve confundir a astrologia cabalística com a astrologia judiciária. Explicaremos esta distinção. A infância é votada ao Sol, a adolescência à Lua, a juventude a Marte e Vênus, a virilidade a Mercúrio, a idade madura a Júpiter e a velhice a Saturno. Ora, a humanidade inteira vive sob leis de desenvolvimento análogas às da vida individual. É sobre esta base que Trithemo estabelece a sua clavícula profética dos sete espíritos de que falamos alhures, e por meio da qual se pode, seguindo as proporções analógicas dos acontecimentos sucessivos, predizer com certeza os grandes acontecimentos futuros, e fixar adiantadamente, de período em período, os destinos dos povos e do mundo.
São João, depositário da doutrina secreta do Cristo, consignou esta doutrina no livro cabalístico do Apocalipse, que ele representa fechado com sete selos. Acham-se aí os sete gênios das mitologias antigas, com as copas e espadas do Tarô. O dogma escondido sob estes emblemas é a pura Cabala, já perdida pelos fariseus, na época da volta do Salvador; os quadros que se sucedem nesta maravilhosa epopeia profética são tantos pantáculos que o ternário, o quaternário, o setenário e o duodenário são as chaves. As suas figuras hieroglíficas são análogas às do livro de Hermes ou da Gênese de Enoque, para nos servir de arriscado título que exprime somente a opinião pessoal do sábio Guilherme Postello.
O querubim ou touro simbólico que Moisés coloca à porta do mundo edênico, e que tem na mão uma espada flamejante, é uma esfinge, tendo um corpo de touro e uma cabeça humana; é a antiga esfinge assíria, de que o combate e a vitória de Mitra eram a análise hieroglífica. Esta esfinge armada representa a lei do mistério que vigia à porta da iniciação para desviar dela os profanos.
Voltaire, que nada sabia de tudo isso, riu muito de ver um boi armado de espada. Que teria ele dito
se tivesse visitado as ruínas de Mênfis e Tebas, e que teria a responder aos seus insignificantes sarcasmos, tão apreciados em França, este eco dos séculos, que dorme nos sepulcros de Psammético e Ramsés?
O querubim de Moisés representa também o grande mistério mágico, de que o setenário exprime todos os elementos, sem, todavia, dar a sua última palavra. Este verbum inenarrabile dos sábios da escola de Alexandria, esta palavra que os cabalistas hebreus escrevem h w h y e traduzem por a tyr a r a, exprimindo, assim, a triplicidade do princípio secundário, o dualismo dos meios e a unidade tanto do primeiro princípio como do fim, depois também a aliança do ternário com o quaternário numa palavra composta de quatro letras, que formam sete, por meio de uma tríplice e uma dupla repetição; esta palavra se pronuncia Ararita.
A virtude do setenário é absoluta em magia, porque o número é decisivo em todas as coisas; por isso, as religiões o consagraram nos seus ritos. O sétimo ano, entre os Judeus, era jubilar; o sétimo dia é consagrado ao repouso e à prece, há sete sacramentos, etc.
As sete cores do prisma, as sete notas da música, correspondem também aos sete planetas dos antigos, isto é, às sete cordas da lira humana. O céu espiritual nunca mudou, e a astrologia ficou mais invariável que a astronomia. Os sete planetas, com efeito, não são mais do que símbolos hieroglíficos dos laços de nossas afeições. Fazer talismãs do Sol, da Lua ou de Saturno, é prender magneticamente a vontade a signos que correspondem aos principais poderes da alma; consagrar alguma coisa a Vênus ou a Mercúrio é magnetizar esta coisa numa intenção direta, quer de prazer,
quer de ciência ou proveito. Os metais, animais, plantas ou perfumes análogos são, nisso, nossos auxiliares. Os animais mágicos são: entre os pássaros, correspondentes ao mundo divino, o cisne, a coruja, o gavião, a pomba, a cegonha, a águia e a poupa; entre os peixes, correspondentes ao mundo espiritual ou científico, a foca, o celerus, o lúcio, o timalo, o mugem, o delfim, e a siba; entre os quadrúpedes, correspondentes ao mundo natural, o leão, o gato, o lobo, o bode, o macaco, o veado e a toupeira. O sangue, a gordura, o fígado e o fel destes animais servem para os encantamentos; o seu cérebro se combina com os perfumes dos planetas, e é reconhecido, pela prática dos antigos, que possuem virtudes magnéticas correspondentes às sete influências planetárias.
Os talismãs dos sete espíritos se fazem, quer em pedras preciosas, tais como o carbúnculo, o cristal, o diamante, a esmeralda, a ágata, a safira e o ônix, quer nos metais, como o ouro, a prata, o ferro, o cobre, o mercúrio fixo, o estanho e o chumbo. Os símbolos cabalísticos dos sete espíritos são: para o Sol, uma serpente, com cabeça do leão; para a Lua, um globo ocupado por dois crescentes; para Marte, um dragão mordendo o cabo de uma espada; para Vênus, um lingam; para Mercúrio, o caduceu hermético e o cinocéfalo; para Júpiter, o pentagrama flamejante nas garras ou no bico de uma águia; para Saturno, um velho coxo uma serpente enlaçada ao redor da pedra helíaca. Todos estes signos se acham nas pedras gravadas dos antigos, e particularmente nos talismãs das épocas gnósticas, conhecidos sob o nome de Abraxas. Na coleção dos talismãs de Paracelso, Júpiter é
representado por um padre com hábito eclesiástico, e no Tarô é figurado por um grande hierofante vestido com a tiara de três diamantes, tendo na mão a cruz de três braços, formando o triângulo mágico e representando, ao mesmo tempo, o cetro e a chave dos três mundos.
Resumindo tudo o que dissemos da união do ternário e do quaternário, teremos tudo o que nos restaria a dizer do setenário, esta grande e completa unidade mágica, composta de 4 e 3.



VII O CARRO por Eliphas Levi aspectos No volume Rituais
  O SETENÁRIO DOS TALISMÃS
As cerimônias, as vestimentas, os perfumes, os caracteres e as figuras, sendo, como dissemos, necessários para empregar a imaginação na educação da vontade, o sucesso das obras mágicas depende da fiel observação de todos os ritos. Estes ritos, como dissemos, nada têm de fantástico ou arbitrário; eles nos foram transmitidos pela antiguidade e subsistem sempre pelas leis essenciais da realização analógica e da relação que existe necessariamente entre as ideias e as formas. Depois de ter passo vários anos a consultar e comparar todos os engrimanços e todos os rituais mágicos mais autênticos, chegamos, não sem trabalho, a reconstituir o cerimonial da magia universal e primitiva.
Os únicos livros sérios que vimos sobre esse assunto são manuscritos e traçados em caracteres de convenção, que deciframos com o auxílio da poligrafia de Trithemo; outros estão inteiramente nos hieróglifos e símbolos de que são ornados e disfarçam a verdade das suas imagens sob as ficções supersticiosas de um texto mistificador. Tal é, por exemplo, o Enchiridion do Papa Leão III, que nunca foi impresso com suas gravuras e que refizemos para nosso uso particular conforme um
antigo manuscrito.
Os rituais conhecidos sob o nome de Clavículas de Salomão existem em grande número. Vários foram impressos, outros foram copiados com grande cuidado. Existe um belo exemplar, muito elegantemente caligrafado, na Biblioteca Imperial; é ornado com pantáculos e caracteres que, na maior parte, se acham nos calendários  mágicos de Tycho- Brahe e de Duchenteaux.
Existem, enfim, clavículas e engrimanços impressos que são mistificações e especulações vergonhosas de baixa livraria. O livro tão conhecido e tão proibido pelos nossos pais, sob o nome de Pequeno Alberto, pertence, por um lado inteiro da sua redação, a esta última categoria e só tem de sério alguns cálculos tirados de Paracelso e algumas figuras de talismãs.
Quando se trata de realização e de ritual, Paracelso é, em magia, uma imponente autoridade. Ninguém realizou maiores obras do que as suas, e, por isso mesmo, ele esconde o poder das cerimônias, e ensina, somente na filosofia oculta, a existência do agente magnético da onipotência da vontade; resume também, toda a ciência dos caracteres em dois signos, que são as estrelas macro e microcósmicas. Era dizer bastante para os adeptos e importava não iniciar o vulgo. Paracelso não ensinava, pois, o ritual, mas o praticava e sua prática era uma sucessão de milagres.
Dissemos que importância tem, em magia, o ternário e o quaternário. Da sua reunião se compõe o grande número religioso e cabalístico que representa a síntese universal e que constitui o setenário sagrado.
O mundo, conforme a crença dos antigos, é governado por sete causas segundas, como as chama Trithemo: secundae, e são as forças universais designadas por Moisés são o nome plural de Elohim, os deuses. Estas forças, análogas e contrárias umas às outras, produzem o equilíbrio pelos seus contrastes e regulam o movimento das esferas. Os hebreus as chamam os sete grandes arcanjos e lhes dão os nomes de Mikael, Gabriel, Rafael, Anael, Samael, Zadkiel e Oriphiel. Os gnósticos cristãos chamam os quatro últimos: Uriel, Baraquiel, Sealtiel e Jehudiel. Os outros povos atribuíram a estes espíritos o governo dos sete planetas principais, e lhes deram os nomes das suas grandes divindades. 
Todos acreditaram na sua influência relativa, e a astronomia lhes dividiu o céu e lhes atribuiu sucessivamente o governo dos sete dias da semana.
Tal é a razão das diversas cerimônias da semana mágica e do culto setenário dos planetas.
Já observamos, aqui, que os planetas são signos, e não outra coisa; eles têm a influência que a fé universal lhes atribui, porque são mais realmente astros do espírito humano do que estrelas do céu.
O sol, que a magia antiga sempre considerou como fixo, só podia ser um planeta para o vulgo; por
isso, representa, na semana, o dia do descanso, que chamamos, não sei por que, Domingo, e que os
antigos chamavam dia do sol.
Os sete planetas mágicos correspondem às sete cores do prisma e às sete notas da oitava musical; representam também as sete virtudes e, por oposição, os sete vícios, da moral cristã.
Os sete sacramentos referem-se, igualmente, a este grande setenário. O batismo, que consagra o elemento da água, refere-se à Lua; a penitência rigorosa está sob os auspícios de Samael, o anjo de Marte; a confirmação, que dá o espírito de inteligência e comunica ao verdadeiro crente o Dom das línguas, está sob os auspícios de Rafael, o anjo de Mercúrio; a eucaristia substitui a realização sacramental de Deus feito homem, ao império de Júpiter; o casamento é consagrado pelo anjo Anael, o gênio purificador de Vênus; a extrema-unção é a salvaguarda dos doentes próximos a cair sob a foice de Saturno, e a ordem, que consagra o sacerdócio de luz, está mais especialmente marcada por caracteres do sol. Quase todas estas analogias foram notadas pelo sábio Dupuis, que concluiu, daí, a falsidade de todas as religiões, em vez de reconhecer a santidade e perpetuidade de
um dogma único, sempre reproduzido no simbolismo das sucessivas formas religiosas. Não entendeu a revelação permanente transmitida ao gênio do homem pelas harmonias da natureza, e só viu uma série de erros nesta cadeia de imagens engenhosas e eternas verdades.
As obras mágicas são também em número de sete:
1ª) obras de luz e riqueza, sob os auspícios do Sol;
2ª) obras de adivinhação e mistérios, sob a invocação da Lua;
3ª) obras de habilidade, ciência e eloqüência, sob a proteção de Mercúrio;
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4ª) obras de cólera e castigo, consagradas a Marte;
5ª) obras de amor, favorecidas por Vênus;
6ª) obras de ambição e política, sob os auspícios de Júpiter;
7ª) obras de maldição e morte, sob o patrimônio de Saturno.
No simbolismo teológico, o Sol representa o Verbo de Verdade; a Lua representa a própria religião;
Mercúrio, a interpretação e a ciência dos mistérios; Marte, a justiça; Vênus, a misericórdia e o amor;
Júpiter, o Salvador ressuscitado e glorioso; Saturno, Deus Pai, ou o Jeová de Moisés. No corpo
humano, o Sol é análogo ao coração, o Lua ao cérebro, Júpiter, à mão direita, Saturno, a mão
esquerda, Marte, ao pé esquerdo, Vênus, ao pé direito, Mercúrio, às partes sexuais, o que faz
representar, às vezes, o gênio deste planeta sob uma figura andrógina. Na face humana, o Sol
domina a fronte; Júpiter, no olho direito; Saturno no olho esquerdo; a Lua reina entre os dois olhos,
à raiz do nariz, de que Marte e Vênus governam as duas asas; Mercúrio, enfim, exerce sua
influência sobre a boca e o queixo.
Estas noções formavam, entre os antigos, a ciência oculta da fisionomia, descoberta, depois,
imperfeitamente por Lavater.
O mago que quer proceder às obras de luz, deve operar no Domingo, de meia-noite até oito horas da
manhã, ou das três horas da tarde até dez horas da noite. Estará vestido com uma roupa de púrpura,
com uma tiara e braceletes de ouro. O altar dos perfumes e a trípode do fogo sagrado serão rodeados
de grinaldas de loureiro, heliotrópios e girassóis: os perfumes serão o cinamomo, o incenso macho,
o açafrão e o sândalo vermelho; o anel será de ouro com um crisólito ou rubi; os tapetes serão de
peles de leões; os leques serão de penas de gavião.
Na segunda-feira, vestirá uma roupa branca ornada de fios de prata, com um tríplice colar de
pérolas, cristais e selenitas; a tiara será coberta de sede amarela, com caracteres de prata, formando,
em hebraico, o monograma de Gabriel, tal como o encontramos na filosofia oculta de Agrippa: os
perfumes serão sândalo branco, cânfora, âmbar, aloés e semente de pepino pulverizada; as grinaldas
serão de artemísia, selenotrópio e ranúnculo amarelo. Evitará as armações, os vestuários ou os
objetos de cor preta, e não poderá ter consigo outro metal a não ser a prata.
Na terça-feira, dia das operações de cólera, a roupa será cor de fogo, ferrugem ou sangue, com uma cintura e braceletes de aço; a tiara será circundada de ferro,e a pessoa não se servirá da baqueta, mas
somente do estilete mágico e da espada; as grinaldas serão de absinto e arruda, e terá no dedo um
anel de aço, com uma ametista por pedra preciosa.
Na quarta-feira, dia favorável à alta ciência, a roupa será verde, ou de um pano de reflexos de
diferentes cores; o colar será de pérolas de vidro oco, contendo mercúrio; os perfumes serão o
benjoim, a noz-moscada e o estoraque; as flores, o narciso, o lírio, a mercurial, a fumária e a
mangerona; a pedra preciosa será a ágata.
Na quinta-feira, dia das grandes obras religiosas e políticas, a roupa será escarlate, e a pessoa terá na
fronte uma lâmina de estanho com o caráter do espírito de Júpiter e estas três palavras: Giarar,
Bethor, Samgabiel; os perfumes serão o incenso, o âmbar pardo, o bálsamo, o grão de paraíso, a
noz-moscada e o açafrão; o anel será ornado de uma esmeralda ou safira; as grinaldas e coroas serão
de carvalho, álamo, figueira e romeira.
Na sexta-feira, dia das operações morosas, a roupa será de azul-marinho, as armações serão verdes e cor-de-rosa; os ornamentos, de cobre polido; as coroas serão de violetas; as grinaldas, de rosas,
mirtos e oliveiras; o anel será ornado de uma turquesa; o lápis-lazúli e o berilo servirão para a tiara e
os ornatos; os leques serão de penas de cisne, e o operador terá sobre o peito um talismã de cobre
com o caráter de Anael e estas palavras: Aveeva Vadelilith.
No sábado, dia das obras fúnebres, a roupa será preta ou escura, com caracteres bordados à seda de
cor alaranjada; a pessoa trará ao pescoço uma medalha de chumbo com o caráter de Saturno e estas
palavras: Almalec, Aphiel, Zarahiel; os perfumes serão o diagrídio, a escamônea, o alúmen, o
enxofre e a assa-fétida; o anel terá uma pedra de ônix; as grinaldas serão de freixo, cipreste e
heléboro preto; no ônix do anel será gravado, com a pinça consagrada e nas horas de Saturno, uma
dupla cabeça de Jano.
Tais são as antigas magnificências do culto secreto dos magos.
É com um semelhante aparelho que os grandes magos da Idade Média procediam à consagração cotidiana dos pantáculos e talismãs relativos aos sete gênios. Já dissemos que um pantáculo é um
caráter sintético que resume todo o dogma mágico numa destas concepções especiais. É, pois, a
verdadeira expressão de um pensamento e de uma vontade completa; é a assinatura de um espírito.
A consagração cerimonial deste signo une a ele, mais fortemente ainda, a intenção do operador, e estabelece entre ele e o pantáculo uma verdadeira cadeia magnética. Os pantáculos podem ser
indiferentemente traçados no pergaminho virgem, no papel ou nos metais.
É chamado talismã uma peça de metal, contendo quer pantáculos, quer caracteres, e tendo recebido
uma consagração especial para uma intenção determinada. Gaffarel, numa sábia obra sobre as
antiguidades mágicas, demonstrou, pela ciência, o poder real dos talismãs e a confiança na sua
virtude está, aliás, de tal modo na natureza, que de boa vontade conservamos a lembrança dos que
amamos, com a persuasão de que estas relíquias nos preservarão do perigo e deverão fazer-nos mais
felizes. Fazemos os talismãs com os sete metais cabalísticos, e gravamos neles, nos dias e horas
favoráveis, os sinais desejados e determinados. As figuras dos sete planetas, com seus quadrados
mágicos, se acham no Pequeno Alberto, conforme Paracelso, e é um dos raros lugares sérios deste
livro de magia vulgar. É preciso notar que Paracelso substitui a figura de Júpiter pela de um
sacerdote, substituição que não é sem uma intenção misteriosa bem determinada. Mas as figuras
alegóricas e mitológicas dos sete espíritos tornaram-se muito clássicas e vulgares nos nossos dias
para que possamos gravá-las com êxito nos talismãs; é preciso recorrer a signos mais sábios e mais
expressivos. O pentagrama deve ser sempre gravado num dos lados do talismã com um círculo para
o Sol, um crescente para a Lua, um caduceu alado para Mercúrio, uma espada para Marte, uma letra
G para Vênus, uma coroa para Júpiter e uma foicinha para Saturno. O outro lado do talismã deve
trazer i signo de Salomão, isto é, a estrela de seus raios feita de dois triângulos superpostos; e, no
centro, deve ser posta uma figura humana para os talismãs do Sol, um copo para os da Lua, uma
cabeça de cão para os de Mercúrio, uma cabeça de águia para os de Júpiter, uma cabeça de leão para
os de Marte, uma pomba para os de Vênus, uma cabeça de touro ou de bode para Saturno. A pessoa
ajuntar-lhes-á os nomes dos sete anjos, quer em hebraico em árabe ou em caracteres mágicos
semelhantes aos dos alfabetos de Trithemo.
Os dois triângulos de Salomão podem ser substituídos pela dupla cruz das rodas de Ezequiel, que
encontramos num grande número de pantáculos antigos, e que é, como fizemos observar no nosso
Dogma, a chave dos trigramas de Fo-Hi.
Podemos também empregar as pedras preciosas para os amuletos e talismãs; mas todos os objetos
deste gênero, quer sejam de metal, quer de pedras, devem ser envolvidos com cuidado em saquinhos
de seda da cor análoga ao espírito do planeta, perfumados com os perfumes do dia correspondente e
preservados de todos os olhares e contatos impuros.
Assim, os pantáculos e talismãs do Sol não devem ser vistos nem tocados pelas pessoas disformes
ou pelas mulheres de maus costumes; os da Lua são profanados pelos olhares e pelas mãos dos homens depravados e das mulheres que estão com regras; os de Mercúrio perdem a sua virtude se
forem vistos por padres assalariados; os de Marte devem ser ocultos aos poltrões; os de Vênus, aos
homens depravados e aos que fizeram votos de celibato; os de Júpiter, aos ímpios; e os de Saturno,
às virgens e crianças, não porque os olhares ou contatos destes últimos possam ser impuros, mas
porque o talismã lhes traria infelicidade e perderia, assim, toda a sua força.
As cruzes de honra e outras decorações deste gênero são verdadeiros talismãs, que aumentam o valor ou o mérito pessoal. As distribuições solenes que se fazem delas são as suas consagrações. A
opinião pública pode dar-lhes uma prodigiosa força. Não notaram muito a influência recíproca dos
sinais sobre as idéias e das idéias sobre os sinais; não é menos verdade que a obra revolucionária
inteira dos tempos modernos, por exemplo, foi resumida simbolicamente pela substituição
napoleônica da estrela de honra à cruz de São Luis. É o pentagrama substituído ao lábaro, é a
reabilitação do símbolo da luz, é a ressurreição maçônica de Adonhiram. Dizem que Napoleão
acreditava na sua estrela, e, se pudessem fazer-lhe dizer o que entendia por esta estrela, teriam
sabido que era o seu gênio: devia, pois, adotar por sinal o pentagrama, símbolo da soberania
humana pela iniciativa inteligente. O grande soldado de revolução sabia pouco: mas adivinhava
quase tudo; por isso, foi o maior mago instintivo e prático dos tempos modernos. O mundo ainda
está cheio dos seus milagres e o povo dos sertões nunca acreditará que ele tenha morrido.
Os objetos bentos e indulgenciados, tocados por santas imagens ou por pessoas veneráveis, os
rosários vindos da Palestina, os agnus Dei feitos de cera da vela de Páscoa, e os restos anuais do
santo crisma, os escapulários, as medalhas, são verdadeiros talismãs. Uma destas medalhas tornou
se popular atualmente e até os que não têm religião alguma colocam-na no peito dos filhos.
Também suas figuras são tão perfeitamente cabalísticas que esta medalha é verdadeiramente um
duplo e maravilhoso pantáculo. De um lado, vemos a grande iniciadora, a mãe celeste do Zohar, a
Ísis do Egito, a Vênus Urânia dos platônicos, sobre a Maria do cristianismo, de pé sobre o mundo e
pondo um pé sobre a cabeça da serpente mágica. Estende ambas as mãos de modo a fazerem um
triângulo cujo cimo é a cabeça da mulher; suas mãos estão abertas e irradiantes, o que faz delas um
duplo pentagrama, cujos raios se dirigem todos para a terra, o que representa, evidentemente, a
libertação da inteligência pelo trabalho. Do outro lado, vemos o duplo Tau dos hierofantes, o
Lingham de duplo Cteis ou de tríplice Phallus, suportado, com entrelaçamento e dupla inserção,
pelo M cabalístico e maçônico, que representa o esquadro entre as duas colunas Jakin e Bohas; em
cima, estão colocados, num mesmo nível, dois corações amantes e sofredores e, ao redor, doze
pentagramas. Todos vos dirão que os que trazem esta medalha não lhe atribuem esta significação;
ela, porém, não deixa de ser, por isso mesmo, mais perfeitamente mágica, tendo um duplo sentido,
e, por conseguinte, uma dupla virtude. A extática sobre cujas revelações este talismã foi gravado, o
tinha visto já existente e perfeito na luz astral, o que demonstra, mais uma vez, a íntima conexão das
idéias e dos sinais, e dá uma nova sanção ao simbolismo da magia universal.
Quanto mais pusermos importância e solenidade na confecção dos talismãs e pantáculos, tanto mais
adquirem virtude, como deve ser entendido conforme a evidência dos princípios que estabelecemos.
Esta consagração deve ser feita nos dias especiais que marcamos, como o aparato cujos detalhes
demos. A pessoa os consagra pelos quatro elementos exorcizados, depois de ter conjurado os
espíritos das trevas pela conjuração dos quatro; depois toma o pantáculo na sua mão e diz,
derramando nele algumas gotas de água lustral:
“In nomine Elohim et perspiritum aquárum vivéntium, sis mihi in signum lucis et sacraméntum
voluntátis”.
Aproximando-o da fumaça dos perfumes diz:
“Per serpéntum oenum sub quo serpéntes ignei, sis mihi, etc.”.
Soprando sete vezes no pantáculo ou no talismã, diz:
“Perfirmaméntum et spiritum vocis, sis mihi, etc.”.
Enfim, colocando nele triangularmente alguns grãos de terra purificada ou de sal, é preciso dizer:
“In sale térrae et per virtútem vitae aeternae, sis mihi, etc.”.
Depois, deve fazer a conjuração dos sete, do seguinte modo: lança-se alternativamente o fogo sagrado uma pastilha dos sete perfumes e se diz:
“Em nome de Mikael, que Jeová te mande e te afaste daqui, Chavajoth!”. “Em nome de Gabriel, que Adonai te mande e te afaste daqui, Belial!”.
“Em nome de Rafael, desaparece diante de Elchim, Sachabiel!”.
“Por Samael Zebaoth, e em nome de Elohim Ghibor, afasta-te Adrameleck!”.
“Por Zacariel e Sachiel Melek, obedece a Elvah, Samgabiel!”.
“Pelo nome divino e humano de Schaddai, e pelo signo do pentagrama que tenho em minha mão
direita, em nome do anjo Anael, pelo poder de Adão e Eva, que são Jotchavah, retira-te, Lilith;
deixa-nos em paz, Nahemah!”.
“Pelos santos Elohim e os nomes dos gênios Cassiel, Sehaltiel, Aphiel e Zarahiel, sob o mando, de
Oriphiel, afasta-te de nós, Moloch! Não te daremos nossos filhos devorares”.
No que diz respeito aos instrumentos mágicos, os principais são: a baqueta, a espada, a lâmpada, o
copo, o altar e a trípode. Nas operações da alta e divina magia, a pessoa serve-se da lâmpada, da
baqueta e do copo; nas obras de mais negra, substitui a baqueta pela espada e a lâmpada pela
candeia de Cardan. Explicaremos esta diferença no artigo especial da magia negra.
Voltemos à descrição e a consagração dos instrumentos.
A baqueta mágica, que não devemos confundir com a simples baqueta adivinhatória, nem com a
forquilha dos necromantes ou o tridente de Paracelso; a verdadeira e absoluta baqueta mágica deve ser de um único galho, perfeitamente direito, de amendoeira ou aveleira, cortado num só golpe com
a serpe mágica ou a foicinha de ouro, antes do levantar do sol e no momento em que a árvore está
próximo a florescer. É preciso perfurá-la em toda sua extensão, sem rachá-la ou quebrá-la, e
introduzir nela uma vara de ferro imantada que ocupe todo o seu comprimento; depois adaptar-se a
uma das suas extremidades um prisma poliedro, cortado triangularmente, e à outra ponta uma figura
semelhante de resina preta. No meio da baqueta, a pessoa colocará dois anéis, um de cobre
vermelho, e o outro de zinco; depois a baqueta será dourada do lado da resina e prateada do lado do
prisma até os anéis do meio, devendo ser coberta de seda, exclusivamente, até as extremidades. No
anel de cobre é preciso gravar estes caracteres: וּרישׂ מיל חשרקה e no anel de zinco: h m l c k l m h. A consagração da baqueta deve durar sete dias, começando na lua nova, e deve ser feita por um iniciado que possua os grandes arcanos e que tenha também uma baqueta consagrada. É a transmissão do sacerdócio mágico, e esta transmissão nunca cessou, desde as tenebrosas origens da alta ciência. A baqueta e os outros instrumentos, mas principalmente a baqueta, devem ser guardados com cuidado, e sob pretexto algum o magista deve deixar os profanos verem-nos ou tocá los; aliás, perderiam toda a sua virtude.
O modo de transmitindo da baqueta é um dos arcanos da ciência que nunca é permitido revelar.
 comprimento da baqueta mágica não deve exceder o do braço do operador. O mago só deve servir-se dela quando está só e até nem deve tocá-la sem necessidade. Diversos magos antigos faziam-na somente do comprimento do antebraço e a escondiam dentro de longas mangas, mostrando ao público somente a simples baqueta adivinhatória, ou algum cetro alegórico, feito de marfim ou ébano, conforme a natureza das obras.
O cardeal Richelieu, que ambicionava todos os poderes, procurou durante a sua vida inteira, sem poder encontrar, a transmissão da baqueta. O seu cabalista Gaffarel só lhe pôde dar a espada e os talismãs; este foi, talvez, o motivo secreto do seu ódio contra Urbano Grandier, que sabia alguma coisa das fraquezas do cardeal. As entrevistas secretas e prolongadas de Laubardemont com o infeliz padre, algumas horas antes de seu último suplício, e as palavras de um amigo e confidente deste, quando ia à morte: “Senhor, sois um homem hábil, não vos percais”, dão muito que pensar a este respeito.
A baqueta mágica é o Verendum do mago; nem mesmo deve falar dela de um modo claro e exato; ninguém deve vangloriar-se de possuí-la, e só deve ser transmitida a sua consagração sob as condições de uma discrição e uma confiança absolutas.
A espada é menos oculta, e eis como é preciso fazê-la: Deve ser se aço puro, com um punho de cobre, feito em forma de cruz com três gomos, como é representada no Enchiridion de Leão III, ou tendo por guarda dois crescentes, como a nossa figura.
No nó central da guarda, que deve ser revestido de uma placa de ouro, é preciso gravar, de um lado, o signo do macrocosmo e, do outro, o do microcosmo. No punho é preciso gravar o monograma hebraico de Mikael, tal como o vemos em Agrippa, e, na lâmina, de um lado, estes caracteres: h b m b y m h w h y f y l y a k e, do outro, o monograma do Lábaro de Constantino, seguido destas palavras: Vince in hoc, Deo duce, ferro comite. (Ver, para a autenticidade e exatidão destas figuras, as melhores edições antigas do Enchiridion).

A consagração da espada deve ser feita num domingo, às horas do Sol, sob a invocação de Mikael.
A pessoa porá a lâmina da espada num fogo de loureiro e cipreste; depois enxugará e polirá a lâmina com as cinzas do fogo sagrado, molhadas com o sangue de poupa ou de serpente e dirá: Sis mihi gládius Michaelis, in virtute Elohim Sabaoth, fúgiant a te spiritus tenebrárum et reptília terrae; depois a perfumará com os perfumes do Sol e a guardará na seda com ramos de verbena, que devem ser queimados no sétimo dia.
A lâmpada mágica deve ser feita de quatro metais: o ouro, a prata, o zinco e o ferro. O pé será de ferro, o nó de zinco, o copo de prata, o triângulo do meio de ouro. Ela terá dois braços compostos de três metais torcidos conjuntamente, de modo a deixar, contudo, um tríplice conduto para o óleo. Terá nove mechas, três no meio e três em cada braço (ver a figura). No pé, deve ser gravado o selo de Hermes e, em cima o Andrógino de duas cabeças de Khunrath. A moldura inferior do pé representará uma serpente que morde a cauda.
No copo ou recipiente do óleo deve ser gravado o signo de Salomão. A esta lâmpada se adaptarão
dois globos: um, ornado de pinturas transparentes, representando os sete gênios; o outro, maior e
duplo, podendo conter em quatro compartimentos, entre dois vidros, a água tingida de diversas
cores. Tudo será contido numa coluna de madeira que gire sobre si mesma e possa deixar escapar à
vontade os raios da lâmpada, que será dirigida para a fumaça do altar, no momento das invocações.
Esta lâmpada é de grande valor para ajudar as operações intuitivas das imaginações lentas e para
criar, diante das pessoas magnetizadas, formas de uma realidade espantosa, que, sendo
multiplicadas pelos espelhos, aumentarão imediatamente e mudarão numa só sala imensa e cheia de
almas visíveis o gabinete do operador; a embriaguez dos perfumes e a exaltação das invocações
transformarão logo esta fantasmagoria num sonho real; reconheceremos as pessoas que já nos foram
conhecidas; os fantasmas falarão; depois, se fecharmos a coluna da lâmpada, duplicando o fogo dos
perfumes, produzir-se-á alguma coisa extraordinária e inesperada.



O CARRO POR CROWLEY

VII. A CARRUAGEM 
O Atu VII se refere ao signo zodiacal  Câncer, o signo para dentro do qual o Sol se move no solstício de verão. ** 
** Note-se que Cheth  -  Cheth 8 -  Yod 10  -  Tau 400  totalizam o valor 418. Este é um dos números-chaves mais importantes de Liber AL. É o número da palavra do Aeon, ABRAHADABRA, a chave da Grande Obra ( ver  The Equinox of  the Gods, pg. ... e também The Temple of Solomon the King). Um volume completo poderia, e deveria, ser escrito tão-só acerca desta  palavra.  
Câncer é o signo cardeal do elemento água, ***e representa a primeira investida incisiva desse elemento. Câncer também representa o caminho que conduz da grande Mãe Binah a Geburah, sendo assim a influência das Superiores através do Véu da Água (que é sangue) sobre a energia do homem, assim inspirando-a. Corresponde, desta maneira, a O Hierofante, que do outro lado da Árvore da Vida, traz para baixo o fogo de Chokmah (ver diagrama).  
*** Daí o dia de São João Batista e os vários cerimoniais ligados à água.  
O desenho da carta aqui apresentada foi muito influenciado pelo trunfo retratado por Éliphas Lévi. O dossel da Carruagem é o azul de céu noturno de Binah. As colunas são as quatro colunas do universo, o regímen de Tetragrammaton. As rodas escarlates representam a energia original de Geburah produtora do movimento giratório.  
Essa carruagem é puxada por quatro esfinges compostas dos quatro Kerubs, o touro, o leão, a águia e o homem. Em cada esfinge estes elementos estão permutados, de maneira que o todo representa os dezesseis sub-elementos.  
O auriga está trajado com a armadura cor de âmbar apropriada ao signo. Está mais entronizado na carruagem do que o conduzindo porque todo o sistema de progressão é perfeitamente equilibrado. Sua única função é portar o Cálice Sagrado.  
Acima de sua armadura estão dez Estrelas de Assiah, a herança de rocio celestial de sua mãe.  
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Como cimeira do elmo ele tem o caranguejo apropriado ao signo. A viseira de seu elmo está abaixada pois nenhum homem pode olhar seu rosto e viver. Por razão idêntica, nenhuma parte de seu corpo está exposta.  
Câncer é a casa da Lua. Há assim certas analogias entre esta carta e a da Alta Sacerdotisa. Mas, também, Júpiter é exaltado em Câncer e neste caso lembra-se da carta chamada  Fortuna (Atu X) atribuída a Júpiter.  
O traço central e mais importante da carta é seu centro -  o Cálice Sagrado. É de ametista pura da cor de Júpiter, mas sua forma sugere a lua cheia e o Grande Mar de Binah.  
No centro do Cálice Sagrado está o sangue radiante, de que se infere a vida espiritual; luz nas trevas. Estes raios, ademais, giram, enfatizando o elemento jupiteriano no símbolo.  

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